A primeira medida e dificuldade é a escolha do proficional. Para começar troque idéia com amigos que já recorreram a arquitetos e decoradores. Outra dica é consultar revistas especializadas e visitar mostras de decoração. Isso aumenta seu repertório, o que ajuda na hora de verbalizar os desejos, diz a presidente da Associação de Designer de Interiores(ABD). Definindo um nome, marque uma entrevista, peça para ver o Portfólio, visite obras prontas e se possível converse com moradores."É uma forma de checar a idoneidade do profissional, não há cartão de visitas melhor que os clientes", afirma a Decoradora Renata Amaral, diretora da ABD.
Saiba falar e ouvir
Tão importante quanto encontrar alguém íntegro e competente é descobrir se há a afinidade estética. “Não adianta buscar um projeto neoclássico em um escritório identificado com o moderno”, acredita o arquiteto Silvio Oksman. Na dúvida, vá atrás de mais nomes. “Comparo a uma consulta médica. Se não se sentir seguro, busque outro diagnóstico”, diz Brunete. Para ter a casa que tanto deseja, você precisará falar de seus gostos e restrições. Um bom projeto é fruto de muito diálogo.
As funções de cada um
Tenha claras as funções de cada profissional, mas saiba que muitas vezes elas se confundem. O arquiteto projeta casas e conduz reformas, além de cuidar da parte de interiores. “Somos treinados a otimizar espaços e evitar desperdício de tempo e de material”, diz a arquiteta Betty Birger, vicepresidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea). Antes de contratá- lo, recomenda-se verificar se está cadastrado no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea). Já a função do decorador é planejar espaços internos, encontrar a melhor solução estética, definir acabamentos e mobiliário. “Com ajuda profissional, você poupa o tempo que gastaria procurando as peças e evita as compras equivocadas”, diz Brunete. Ao menos na teoria, ele não tem habilitação para derrubar paredes ou mexer na parte hidráulica, mesmo que a experiência o autorize. “Nesses casos, é fundamental contar com a assessoria de um arquiteto”, completa a presidente da ABD.
Quanto vai custar?
Os preços cobrados variam muito – podem ser contabilizados por metro quadrado ou hora técnica, por exemplo. Em geral, um projeto assinado por estrelas da decoração e da arquitetura tende a custar mais do que um trabalho executado por profissionais menos conhecidos ou recém-formados. É que nessa balança pesam a fama, a experiência e os custos do escritório. “Evite surpresas solicitando previamente uma tabela de honorários do profissional”, recomenda o designer de interiores Roberto Negrete. Para facilitar, associações como ABD, Asbea e Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) oferecem tabelas e fórmulas para nortear a cobrança (veja quadro nesta página), mas não há lei ou determinação que obriguem os profissionais a segui-las. “A tabela funciona como referência. Não é obrigatória. Em função da concorrência e da crise econômica, a maioria dos profissionais cobra menos do que deveria para manter o cliente”, observa Betty Birger, da Asbea. A remuneração do arquiteto ou decorador, porém, representa uma parte das despesas que você terá ao construir, reformar e decorar sua casa. Deixe claro desde o início quanto pretende gastar no total, somando projeto e execução. Só assim o profissional saberá avaliar quanto cobrar e também que tipo de obra é possível realizar com o orçamento disponível.
Na ponta do lápis
Confira honorários sugeridos por associações de profissionais.
Confira honorários sugeridos por associações de profissionais.
Valor médio por m2 decorado…………………………………………….70 reais
Consulta (com duração de três horas)………………………………..de 100 a 200 reais
Hora técnica (para serviços não previstos no projeto) …………de 75 a 100 reais a hora
Acompanhamento da obra ………………………………………………..de 10 a 15% do custo estimado
Consulta (com duração de três horas)………………………………..de 100 a 200 reais
Hora técnica (para serviços não previstos no projeto) …………de 75 a 100 reais a hora
Acompanhamento da obra ………………………………………………..de 10 a 15% do custo estimado
Fonte: ABD
Os honorários do arquiteto variam de 1,8% (para área construída maior que 32 mil m2) a 10,8% (área construída inferior ou igual a 125 m2) do custo de execução da obra. Esses valores valem para obras novas e não para reformas ou acréscimos de edificações. Fonte: IAB
Atenção ao contrato
Como toda relação comercial, o trato entre cliente e arquiteto ou decorador pode resultar em descontentamentos – ainda mais quando se leva em conta que a casa é um bem no qual as pessoas depositam grandes expectativas. Para evitar dores de cabeça, faça um contrato claro, com os direitos e deveres de cada parte e o detalhamento da tarefa a ser executada. É importante que o documento traga ainda os prazos de conclusão, o preço e a forma de pagamento (incluindo os serviços que serão cobrados à parte) e as conseqüências de uma eventual rescisão. O publicitário Alex Fabiano Cannos adotou uma postura informal com o arquiteto que projetou sua casa e acabou tendo problemas. “Fizemos apenas um acordo por e-mail. Ele me entregou um croqui e eu, como leigo, não sabia que devia exigir um projeto detalhado. No meio da construção, descobri que o telhado estava errado e rompi com o arquiteto”, conta. Por falta de um documento, Alex não teve como cobrar uma reparação.
Lidar com imprevistos Nenhum contrato, no entanto, é capaz de prever todas as questões que surgem. Para resolvê-las, recorra a bom senso e diálogo. Por exemplo: quem arca com o prejuízo caso o cliente não fique satisfeito com a qualidade de um serviço? “Se fui eu quem recomendou a mão-de-obra, pago a conta”, diz o designer de interiores Roberto Negrete. Em geral, profissionais trabalham com equipes de confiança, mas precisam aceitar indicações do cliente, que aí deveria assumir a responsabilidade pelos problemas. Uma dica preciosa para que tudo dê certo é conversar e acertar os ponteiros sempre que necessário.
O que é reserva técnica?
Esse é um assunto tabu no mercado de decoração. Trata-se de uma comissão oferecida por lojistas e prestadores de serviço aos profissionais que varia de 2 a 30% do montante gasto pelo cliente – o percentual mais comum é 10%. Por envolver valores, muitos decoradores e arquitetos preferem não revelar essa informação ao cliente. A falta de clareza gera conflitos, acredita Brunete Fraccaroli, presidente da ABD. “É um procedimento legal. O profissional está avalizando uma loja ou um fabricante e merece receber por isso”, afirma. Outro problema, segundo Brunete, acontece quando lojistas oferecem desconto ao ver o consumidor desacompanhado, alegando que não vão precisar repassar a reserva. “Ela não pode estar embutida no preço do produto, mas prevista à parte. Do contrário, o cliente se sente lesado”, diz. Na loja Etna, de São Paulo, o procedimento é transparente: o profissional cadastrado recebe um cartão, utilizado sempre que seu cliente efetua alguma compra. Quando acumula determinado número de pontos, recebe uma comissão que vai de 3 a 10%. “A reserva técnica é uma forma de conquistar a fidelidade do arquiteto e do decorador”, diz Allan Simon, gerente de marketing da empresa.
Fonte: http://casa.abril.com.br/casaclaudia
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